30/06/2018

Eu gostaria de ter escrito...

A quem diga que sou "bom de fala”, que dou meu recado com um número adequado de palavras; nem muitas, nem poucas, o bastante; mas não tenho certeza disso.
A quem diga que não sou bom “nas escritas”, que sou muito sucinto, sovina com as palavras e que só entende o que escrevo quem tem prévio conhecimento do assunto; não tenho certeza disso também.
O que sou mesmo, e disso tenho certeza, é bom "ledor"; leio desde criança; comecei com os gibis, que depois de lidos eram trocados às portas de um (hoje “finado”) cinema, no final das matinés dos domingos. Não lembro qual foi o primeiro livro que li, eu devia ter uns oito ou nove anos, mas lembro de que não entendi nada e de que foi uma experiência decepcionante... 
De lá para cá li muita coisa; grande parte tão desinteressante ou sem importância que rapidinho interrompo a leitura... Mas, às vezes me deparo com escritas que, sinceramente, gostaria de ter escrito... é o caso da crônica "Não parecia eu" de Martha Medeiros, que reproduzo na íntegra:

Já deve ter acontecido com você. Diante de uma situação inusitada, você reage de uma forma que nunca imaginou, e ao fim do conflito se pega pensando: que estranho, não parecia eu. Você, tão cordata, esbravejou. Você, tão explosivo, contemporizou. Você, tão seja-lá-o-que-for, adotou uma nova postura. Percebeu-se de outro modo. Virou momentaneamente outra pessoa.
No filme Neblinas e Sombras (não queria dizer que é do Woody Allen pra não parecer uma obcecada, mas é, e sou) o personagem de Mia Farrow refugia-se num bordel e aceita prestar um serviço sexual em troca de dinheiro, ela que nunca imaginou passar por uma situação dessas.
No dia seguinte, admite a um amigo que, para sua surpresa, teve uma noite maravilhosa, apesar de se sentir muito diferente de si mesma. O amigo a questiona: “Será que você não foi você mesma pela primeira vez?”
São nauseantes, porém decisivas e libertadoras essas perguntas que nos fazem os psicoterapeutas e também nossos melhores amigos, não nos permitindo rota de fuga. E aí? Quem é você de verdade?
Viver é um processo. Nosso “personagem” nunca está terminado, ele vai sendo construído conforme as vivências e também conforme nossas preferências – selecionamos uma série de qualidades que consideramos correto possuir e que funcionam como um cartão de visitas.
Eu defendo o verde, eu protejo os animais, eu luto pelos pobres, eu só me relaciono por amor, eu respeito meus pais, eu não conto mentiras, eu acredito em positivismo, eu acho graça da vida. Nossa, mas você é sensacional, hein!
Temos muitas opiniões, repetimos muitas palavras de ordem, mas saber quem somos realmente é do departamento das coisas vividas. A maioria de nós optou pela boa conduta, e divulga isso em conversas, discursos, blogs e demais recursos de autopromoção, mas o que somos, de fato, revela-se nas atitudes, principalmente nas inesperadas. Como você reage vendo alguém sendo assaltado, foge ou ajuda? Como você se comporta diante da declaração de amor de uma pessoa do mesmo sexo, respeita ou debocha?
O que você faria se soubesse que sua avó tem uma doença terminal, contaria a verdade ou a deixaria viver o resto dos dias sem essa perturbação? Qual sua reação diante da mão estendida de uma pessoa que você muito despreza, aperta por educação ou faz que não viu? Não são coisas que aconteçam diariamente, e pela falta de prática, talvez você tenha uma ideia vaga de como se comportaria, mas saber mesmo, só na hora. E pode ser que se surpreenda: “não parecia eu”.
Mas é você. É sempre 100% você. Um você que não constava da cartilha que você decorou. Um você que não estava previsto no seu manual de boas maneiras. Um você que não havia dado as caras antes. Um você que talvez lhe assombre por ser você mesmo pela primeira vez.
(Martha Medeiros – Felicidade Crônica – L&PM – 2014) 

08/04/2018

Musicoterapia 2


Na linha da postagem anterior, Musicoterapia, o Boletim Ecodebate do dia 06 do corrente trouxe uma reportagem intitulada: Estudo constata que música intensifica os efeitos benéficos de anti-hipertensivos,  da qual destaquei o que publico abaixo:

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Marília, em colaboração com colegas da Faculdade de Juazeiro do Norte, da Faculdade de Medicina do ABC e da Oxford Brookes University, da Inglaterra, constatou que a música intensifica os efeitos benéficos de anti-hipertensivos em um curto prazo de tempo após a medicação.
“Constatamos que a música erudita ativa o sistema nervoso parassimpático [responsável por estimular ações que permitem ao organismo responder a situações de calma, como desaceleração dos batimentos cardíacos e diminuição da pressão arterial e da adrenalina e açúcar no sangue] e reduz a atividade do sistema simpático [que pode acelerar os batimentos cardíacos]”, explicou Vitor Engrácia Valenti, professor do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp de Marília e coordenador do estudo.

Para ler na íntegra - https://www.ecodebate.com.br/2018/04/06/estudo-constata-que-musica-intensifica-os-efeitos-beneficos-de-anti-hipertensivos/

07/04/2018

Musicoterapia...


Recebi, de um colega, o  post abaixo;  simplifiquei parte do texto mas mantive a lista original das músicas... Publico porque concordo totalmente com o conceito.


“Há muitos anos, a escola de medicina integral de Caracas pesquisou sobre Musicoterapia.
Para cada doença, uma música para curar.
A musicoterapia é uma técnica terapêutica que usa a música em todas as suas formas com participação ativa ou receptiva do paciente.
Todos  sabemos como reconhecer quando uma música parece alegre ou triste. Em geral, associamos nosso estado de espírito à melodia de inúmeras obras de todos os tipos. Bem, a terapia de música usa essas melodias como um método para curar ou reduzir vários problemas de saúde. A ideia básica é reconhecer que uma grande parte das doenças se originam no cérebro, que então transmite a uma parte do corpo um estímulo específico que reproduz uma doença. A terapia da música tenta, através das melodias, obter  um relaxamento cerebral e o cancelamento daqueles estímulos que reproduzem a doença... Podem ser alcançados efeitos surpreendentes.

Aqui deixamos uma lista de obras clássicas e suas virtudes, que podem ser ouvidas, enquanto continuamos trabalhando, simultaneamente:”


* Hipertensão: *
As quatro estações de Vivaldi
http://www.youtube.com/watch?v=yb8icchy4H4&feature=fvst
Serenade nº13 em Sol Mayor por Mozart
https://www.youtube.com/watch?v=z4Hfv00eqoI
Música aquática de Haendel
https://www.youtube.com/watch?v=cnn3TVBDtcA
Concerto para violino Beethoven
http://www.youtube.com/watch?v=Qx9LOgSGGqk
Symphony nº 8 de Dvorak
http://www.youtube.com/watch?v=W5UbrhqdqQE 

* Ansiedade: *
Concerto de Aranjuez de Rodrigo
http://www.youtube.com/watch?v=RxwceLlaODM
As quatro estações de Vivaldi

*Dor de cabeça:*
O Sonho de Amor de Liszt
http://www.youtube.com/watch?v=_pysf5ixCTQ
Serenata de Schubert
http://www.youtube.com/watch?v=ZpA0l2WB86E&feature=related
Hymn to the Sun by Rimsky-Korsakov
https://www.youtube.com/watch?v=klDF0jvCdb4

*Dor de estomago:*
Música para Telemann's Table
http://www.youtube.com/watch?v=8exrY_VSeZc
Haendel's Harp Concert
http://www.youtube.com/watch?v=iBnr6mJZJFg
Concerto do oboe de Vivaldi
http://www.youtube.com/watch?v=jEQ0N9D1NQs 

* Energia: * 

O Sibelius Karalia Suite
https://www.youtube.com/watch?v=adKwG9ZuzFw
Serenade of Strings (op.48) por Tschaikowsky

* Para a cura e harmonia de sua casa: *
Tudo sobre Wolfang Amadeus Mozart
http://www.youtube.com/watch?v=df-eLzao63I

31/07/2014

Homeopatia leiga 2.

Aula arquivo Dr Luiz DarcyEm aula para os alunos (médicos e farmacêuticos) do Curso de Homeopatia oferecido pela parceria Sociedade Médica de Uberlândia e Prefeitura Municipal, o professor Luiz Darcy Gonçalves Siqueira, do CEHL; abordando um tema de suma importância para a Homeopatia – “Os Obstáculos à Cura”; em determinado momento assim se expressou:

Dr. André Saine, médico homeopata canadense, proferiu uma conferência sobre o tema na Nash Conference in New York City, em 9 de Setembro de 2000, intitulada “As causas dos fracassos em Homeopatia”, da qual destacamos alguns pontos interessantes:image

E isso é muito importante porque quando, na prática alopática, um caso vai mal, o paciente diz que foi falha do médico; mas na prática homeopática ele diz que a Homeopatia não funciona.

Este o meu grande temor: Que aqueles fracassos se multipliquem  devido às “sugestões terapêuticas”  dos homeopatas leigos, já que me parece razoável supor que sua formação total é menos completa que a médica.

17/07/2014

“Jogar o lixo fora”

Dia desses, em família, conversando sobre o “falar brasileiro” surgiu a questão das ambiguidades na língua, tendo sido  citado como exemplo o verbo ganhar nas expressões “ganhar um presente” e “ganhar dinheiro”; afinal de contas, a que o verbo ganhar se refere? A algo gratuito como um presente ou a algo conquistado como um salário?

Essa semana me deparei com um artigo que aborda uma dessas ambiguidades e que traz uma reflexão importante, a qual condensei selecionando pequenos trechos: 

Lixo nos Andes - Agosto 2012

O CONSUMISMO E O GRANDE ERRO DA EXPRESSÃO: "JOGAR O LIXO FORA"

Dentre os vários conceitos errôneos que a modernidade ... têm produzido... tem um... que está contido na expressão: “jogar o lixo fora”. ... Para começar, devo dizer que embora sejamos obviamente seres naturais, a natureza ao contrário do homem, não conhece, não produz e nem admite a existência daquilo que chamamos lixo. ... efetivamente o lixo é um atributo exclusivo, definido e criado pelo Homo sapiens à revelia da natureza e dos mecanismos naturais. ... e a noção que está contida na expressão “jogar fora”, em lugar externo, é uma ilogicidade ... haja vista que ... todo o resíduo que nós produzimos e chamamos de lixo é depositado aqui... Quer dizer, “jogar fora” é algo que não existe,... tudo acontece DENTRO do Planeta Terra.

Luiz Eduardo Corrêa Lima -  24 de maio de 2014.

Para ler na íntegra:  http://www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/57018/o-consumismo-e-o-grande-erro-da-expressao-jogar-o-lixo-fora#!2#ixzz37d2L9qoD

05/07/2014

Luz perigosa.

Artigo publicado pelo Boletim EcoDebate alerta para os perigos de uma prática que, por questão de economia, já se tornou rotineira no mundo todo; a substituição de lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes.“Já fora de circulação na Europa, as lâmpadas incandescentes também estão com os dias contados no Brasil. A partir desta terça-feira (01/07), as de 60 watts deixam de ser fabricadas e importadas. As mais fortes já foram proibidas, e as mais fracas sairão de produção em 2015. Se, por um lado, a iniciativa tem por objetivo economizar energia, por outro pode causar danos ambientais e à saúde.

Para que a substituição das lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes seja vantajosa em todos os aspectos, ela precisa vir acompanhada da destinação final correta dos novos modelos, que contêm chumbo e mercúrio. Se simplesmente jogadas no lixo comum, as lâmpadas fluorescentes podem contaminar o ar, o solo e os lençóis freáticos.

O mercúrio e o chumbo são extremamente tóxicos e prejudiciais à saúde. O mercúrio tem um efeito cumulativo no organismo, ataca o sistema nervoso e pode resultar em má formação embrionária, câncer e até morte. O chumbo também causa câncer e ataca o cérebro, os rins e os sistemas digestivo e reprodutor.”                                   LER NA ÍNTEGRA.

Parece que o grande problema é não existirem, ainda, locais de coleta adequados; se você precisa descartar algum produto TENTE AQUI, talvez tenha sorte.

Outro ponto a ser considerado é o efeito nocivo da irradiação que as lâmpadas fluorescentes emitem e, até onde sei, é melhor usá-las em uma distância maior e dentro de uma luminária de vidro, o que aumentaria a proteção.

30/06/2014

MERA COINCIDÊNCIA.

Hoje, pela manhã, me deparei com essa lagarta perambulando pelo jardim de casa; fiquei intrigado com a bagagem que ela carregava - pequenos flocos que pareciam de algodão… A fotografei e fui pesquisar…

Os flocos são casulos com larvas de uma vespa, provavelmente Cotesia congregata. A vespa deposita suas larvas na lagarta e nela injeta substancias que paralisam a progressão dos estágios evolutivos impedindo a metamorfose; a lagarta nunca se transforma em borboleta mas continua se alimentando e às larvas da vespa; em alguns dias novas vespas saem dos casulos.

Trata-se, portanto, de um simples caso de parasitismo; uma das Relações Bióticas existentes na natureza; onde um ser (parasita) vive às custas de outro (hospedeiro) e qualquer semelhança com fatos e/ou pessoas conhecidas é mera coincidência.

19/06/2014

HOMEOPATIA LEIGA?

No Brasil a Homeopatia é, oficialmente, pratica pertinente à Farmácia, à Medicina, à Odontologia e à Veterinária; apesar disso, se valendo do famoso “jeitinho brasileiro”, estão proliferando cursos de “Homeopatia para leigos”, isto é, para pessoas que não possuem formação naquelas quatro áreas profissionais.

Não pretendo, aqui, entrar no mérito do legal x ilegal dessa conduta, quero sim destacar outros dois aspectos importantes:

O primeiro é a respeito do paciente e, sobre isso, de uma entrevista da farmacêutica Márcia Gutierrez, presidente da ABFH, destaco o seguinte trecho:Diante de uma prescrição feita por profissional não habilitado, a prioridade é informar o paciente sobre os riscos dessa escolha. Talvez ele os desconheça… Por fim, a decisão sobre a estratégia terapêutica não é do médico, mas, sim, do paciente que pode, ou não, segui-la. Se, apesar de esclarecido e orientado, o paciente ainda optar por um tratamento irregular, o farmacêutico deve decidir se será parceiro ou não dessa irregularidade, que poderá colocar a saúde do paciente em risco, nesse momento, apenas assumido pelo farmacêutico, já que não há médico na história para assumir responsabilidade.”

O segundo ponto é a respeito da própria Homeopatia, uma excelente terapêutica que ainda é combatida - não importa se por desconhecimento ou por interesse econômico – a pratica leiga, com seus acertos e erros, a beneficiaria ou prejudicaria nessa “queda de braços”?

02/03/2014

Insônia.

Ainda com relação aos Benzodiazepínicos:

Algumas razões para não tomar pílulas para dormir é o titulo do artigo do Dr. Ric Day da Universidade de Nova Gales do Sul, publicado em 10 de fevereiro deste ano pelo Diario da Saúde.

É interessante e esclarecedor, vale a pena ler.

Sabemos há muito tempo que não se deve tomar drogas hipnóticas por mais do que uma a três semanas, porque elas criam dependência e aumentam o risco de acidentes.

E agora há um crescente corpo de evidências mostrando que as drogas hipnóticas podem estar aumentando o risco de morte prematura.

Hipnóticos são medicamentos prescritos especificamente para ajudar as pessoas que sofrem de insônia a ter uma boa noite de sono. Isto inclui as pessoas que têm dificuldade para pegar no sono, bem como aquelas que lutam para não perder o sono no meio da noite.

Na classe de hipnóticos mais comumente receitados estão os benzodiazepínicos ou drogas estreitamente relacionadas a estes. Nesta classe de benzodiazepínicos estão o temazepam (Normison, Temaze), flunitrazepam (Hypnodorm) e nitrazepam (Mogadon).

Embora estes medicamentos sejam tipicamente prescritos para pessoas que sofrem de insônia, alguns outros benzodiazepínicos bem conhecidos, como o diazepam (Valium), oxazepam (Serepax) e alprazolam (Xanax) são prescritos também para ansiedade.

O grupo "Z" de novos medicamentos hipnóticos, tais como zolpidem (Stilnox) e zopiclona (Imovane, Imrest), são muito semelhantes às benzodiazepinas em seus mecanismos de ação e têm problemas idênticos.

 

Problemas e mais problemas:

Apesar das alegações em contrário, nenhum medicamento hipnótico oferece a mesma qualidade de sono que o sono natural. E há uma série de opções de tratamentos não-medicamentosos comprovados para a insônia, como técnicas de relaxamento simples, que são definitivamente melhores a longo prazo. As drogas hipnóticas, por outro lado, são viciantes, entorpecem as habilidades cognitivas, aumentam o risco de fraturas de quadril por quedas e tornam outros acidentes mais prováveis, especialmente quando combinadas com álcool. Elas também causam reações graves na abstinência, quando seu uso crônico é interrompido de repente. Tais reações incluem convulsões (com o risco de fraturas) mas, mais comumente, pioram a insônia (e muitas vezes a ansiedade), o que continua por semanas após a interrupção dos medicamentos.

Está ficando pior:

Somando-se às já graves preocupações com essas drogas, agora há estudos alarmantes que associam todos os hipnóticos com o câncer e a morte prematura.

Mais recentemente, um estudo com mais de 10.000 pessoas com idade média de 54 anos, às quais foram receitados hipnóticos, descobriu que elas tiveram um aumento de três vezes ou mais do risco de morte em comparação com aquelas que não tomaram os medicamentos.

Os pesquisadores estimaram entre 300.000 a 500.000 as mortes em excesso a cada ano apenas nos Estados Unidos associadas ao uso dos remédios hipnóticos. E não importa que hipnótico seja examinado, o que inclui a atuação das novas drogas "Z", como zolpidem (Stilnox).

Este estudo bem realizado soma-se a mais de 20 outros associando estas drogas à morte prematura ou a um diagnóstico de câncer.

Mas, apesar das incertezas que subsistem [com relação a estes estudos], este é outro forte sinal para os médicos e para a comunidade para terem cuidado com o uso crônico de medicamentos hipnóticos.

Certamente não há nenhuma boa razão para o uso de hipnóticos a longo prazo. E há opções não medicamentosas eficazes para o tratamento da insônia que não são usadas com a frequência suficiente.

14/02/2014

Benzodiazepínicos – Uso indevido.

Vivo, no meu dia a dia profissional, uma realidade que foi muito bem retratada em um artigo publicado pela revista Ciência e Saúde Coletiva, em abril de 2013, intitulado Contextos e padrões do uso indevido de benzodiazepínicos entre mulheres e que tem como autoras Ana Rosa L. de Souza, Emérita S. Opaleye e Ana Regina Noto do Departamento de Psicobiologia da Universidade de São Paulo. 

Posto aqui, o RESUMO.

Estou convicto de que essa realidade é do interesse de muitos.

O uso indevido de benzodiazepínicos, especialmente entre mulheres, tem despertado preocupação na área de saúde pública. Este estudo objetivou compreender qualitativamente crenças e valores associados ao consumo indevido dessa substância por mulheres. Foram entrevistadas trinta e três mulheres (18-60 anos) com histórico de uso indevido de benzodiazepínicos no último ano, selecionadas intencionalmente e por critérios. Os discursos foram transcritos e submetidos à análise de conteúdo com auxílio do software NVivo. A maioria das entrevistadas referiu tempo de uso bem superior ao recomendado (mediana: 7 anos) e compra com receita médica. Os motivos de uso mais citados foram diminuição da ansiedade, problemas de insônia e fuga dos problemas. Apesar de reconhecerem a possibilidade de dependência, esta não motivou a interrupção do uso. O acompanhamento médico não pareceu, necessariamente, estimular a percepção de risco dos benzodiazepínicos, sendo um fator que favoreceu a manutenção do uso prolongado.

Para ler na íntegra.