12/01/2025
06/12/2024
“POR FAVOR! ... GRITA BAIXO.”
Dia desses entrei, com minha esposa, em uma padaria/confeitaria para comprarmos alguns itens e não consegui ficar lá... o barulho comum ao funcionamento da loja, somado às vozes elevadas dos clientes e à música ambiente - Céus! A música ambiente, as vozes ... vocês não têm noção do que era aquilo - me expulsaram do local, não consegui suportar aquela barulheira e não era apenas a opressão auditiva que senti, existia um componente psíquico difícil de identificar e administrar.
Vários artigos disponíveis na Internet falam sobre poluição sonora e os malefícios para a saúde humana e animal. (Deixo o link de um, muito interessante, no final (1)). Porém fiquei pensando... quais seriam minhas características com relação ao ruído ambiental; rubricas na linguagem homeopática; que poderiam ser usadas na busca de medicamentos que pudessem amenizar minha intolerância?
No
Repertório Homeopático do Dr. Ariovaldo Ribeiro constam 964 rubricas sob o tema
ruído, das quais aproximadamente 65 estão no capítulo Mental e que são, neste
momento, o objeto de meu interesse.
Algumas mais
genéricas como: Hipersensível a ruído, na
qual constam 160 medicamentos.
Outras menos
genéricas como: Sobressalto por ruído, 64
medicamentos.
Outras mais
específicas como: Sensibilidade ao ruído
de vozes, 21 medicamentos.
Outras
bastante específicas como: Irritabilidade
pelo farfalhar de jornais, 4 medicamentos.
Cheguei à
conclusão que sou hipersensível aos barulhos e muito sensível ao ruído de
vozes, não às de volume normal... sou
sensível às vozes altas, o que ensejaria uma rubrica, mais específica, que não
encontrei naquele repertório:
Hipersensível ao ruído de vozes altas... aquelas que frequentemente ouvimos
em lugares públicos e que se sobressaem a todas as outras, incomodando a todos
em volta e que, mesmo eu sabendo que existem justificativas plausíveis para tal
comportamento, provocam em mim o desejo, nunca atendido, de solicitar à pessoa,
o mais educadamente possível: - Por
gentileza, você poderia gritar mais baixo?
P.S. – Importante salientar que a repertorização com rubricas de um único sinal ou sintoma não é bastante para uma prescrição homeopática adequada, a qual exige uma avaliação ampla e detalhada do nosso paciente, com identificação de pelo menos três rubricas, de sinais e/ou sintomas distintos e, preferencialmente, mais especificas e individualizantes.
Outro ponto
a destacar é que uma prescrição homeopática adequada pode auxiliar também
aqueles que, por diversos motivos, falam muito alto.
(1)-A luta para preservar “o som mais ameaçado do mundo”.
https://www.bbc.com/portuguese/vert-tra-5842513405/04/2021
“Altos fins da existência.”
Recebi a incumbência
de escrever sobre o que representa, para mim, a Homeopatia; refreei meu impulso
inicial de lançar mão de explicações teóricas que definiriam esta especialidade
médica e recorro à filosofia para cumprir a tarefa.
Hahnemann
escreveu no Organon - Livro mestre de sua admirável obra - que o Homem em
equilíbrio pode alcançar "os altos fins da existência", e que
a Homeopatia pode colaborar nesse processo.
Mas
quais são os altos fins da existência? Hahnemann não os especificou.
Imagino
que cada pessoa, dependendo de suas crenças pode, assim como eu, ter uma
resposta particular para esta pergunta.
Acredito, evolucionista que sou, que o Homem tem três objetivos/obrigações que, cumpridos, o fariam atingir aqueles altos fins:
- Permanecer vivo. ( O óbvio ululante, como diria Nelson Rodrigues).
- Colaborar com a sobrevivência da espécie.
- Colaborar com a evolução da espécie.
Discorrer
sobre cada um destes propósitos daria, no mínimo, uma postagem, mas vou ficar
com o fato de que o exercício da Medicina, mormente da Homeopática, pode ser,
para o praticante, caminho para atingir referidos objetivos, desde que a empatia
seja bússola neste caminhar. E nossos pacientes, cada um à sua maneira, podem
trilhar caminho semelhante desde que a empatia também seja companheira na jornada,
já que, parafraseando Paul Bloom - Somos todos capazes de ver e
de perceber o que os outros sentem, mas parece que nos condicionamos a ficar
impassíveis.