Deprimida(o) ou definhando?
Atribuem a Thomas Edison a frase “O sucesso é constituído por 10% de inspiração e 90% de transpiração.” Considerando “sucesso” como o bom resultado de qualquer empreendimento, inclusive escrever uma postagem para um blog, eu concordo com o enunciado, mas não com as proporções, pois no meu caso a porção inspiração tem que ser bem maior, senão não produzo nada ou não produzo algo que me agrade. Mas tenho que admitir que conheço pessoas, bem poucas na verdade, que mesmo sem inspiração, após algum tempo de transpiração, apresentam algo bastante aceitável e, às vezes, até elogiável... Será que a inspiração viria com o suor?
Hoje pela manhã, observando a satisfação e
habilidade com que uma jovem, estudante de Biomedicina, estagiária em um
Laboratório de análises, colhia, de algumas pessoas, material para exames, me
veio a inspiração através da lembrança de um artigo que li alguns dias atrás e
que aborda, entre outras coisas, essa atitude positiva que percebi naquela
jovem.
No referido artigo, publicado pelo O Globo em
21 de abril do corrente ano, o psicólogo americano Adam Grant, nomeia como “definhando” o estado emocional no qual
as pessoas estão entrando durante esta pandemia de Covid. Desesperança, falta
de interesse e de ânimo, não chega a ser depressão mas está distante de ser um
estado saudável de humor e pode ser o prenúncio de depressão.
Novos projetos, vivências prazerosas e
relações significativas são exemplos do que poderia nos auxiliar a não
entrarmos em processo de definhamento; mas segundo Grant é preciso mais que
isso, é necessário que consigamos estabelecer “o fluxo” de estado mental focado – Um conceito criado por outro psicólogo, o croata Mihaly
Csikszentmihalyi. Mas, ainda de
acordo com Grant, o grande empecilho para atingirmos “o fluxo” seria a atenção fragmentada, que nos empurra, muito
rapidamente, de um interesse a outro e a uma quase incapacidade de concentração
e foco.
Nesses momentos em que se sentem “meio
perdidos”, além do uso da Homeopatia, costumo orientar meus pacientes a seguirem
a máxima contida no dito popular: “Primeiro a obrigação, depois a devoção”.
E completo, se sobrar tempo, a diversão.
Entendendo como “obrigação” –o cuidar de si, de seu ambiente e de suas tarefas;
como “devoção” –a religiosa, a meditação, o Yoga e qualquer outra atividade que
os possa serenar e, como “diversão”, estando isolados em casa –videochamadas com
amigos, cantar e dançar, um bom filme e/ou uma boa leitura, evitando os
noticiários e as redes sociais quando possível.
E agora, ao concluir, percebo que esta
postagem, por não ter quase nada de original, foi mais fruto de transpiração do
que de inspiração... Thomas Edison estava certo?!
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