06/12/2024

“POR FAVOR! ... GRITA BAIXO.”

Dia desses entrei, com minha esposa, em uma padaria/confeitaria para comprarmos alguns itens e não consegui ficar lá... o barulho comum ao funcionamento da loja, somado às vozes elevadas dos clientes e à música ambiente -  Céus! A música ambiente, as vozes ... vocês não têm noção do que era aquilo -  me expulsaram do local, não consegui suportar aquela barulheira e não era apenas a opressão auditiva que senti, existia um componente psíquico difícil de identificar e administrar.

Vários artigos disponíveis na Internet falam sobre poluição sonora e os malefícios para a saúde humana e animal. (Deixo o link de um, muito interessante, no final (1)). Porém fiquei pensando... quais seriam minhas características com relação ao ruído ambiental; rubricas na linguagem homeopática; que poderiam ser usadas na busca de medicamentos que pudessem amenizar minha intolerância?

No Repertório Homeopático do Dr. Ariovaldo Ribeiro constam 964 rubricas sob o tema ruído, das quais aproximadamente 65 estão no capítulo Mental e que são, neste momento, o objeto de meu interesse.

Algumas mais genéricas como: Hipersensível a ruído, na qual constam 160 medicamentos.

Outras menos genéricas como: Sobressalto por ruído, 64 medicamentos.

Outras mais específicas como: Sensibilidade ao ruído de vozes, 21 medicamentos.

Outras bastante específicas como: Irritabilidade pelo farfalhar de jornais, 4 medicamentos.

Cheguei à conclusão que sou hipersensível aos barulhos e muito sensível ao ruído de vozes, não às de volume normal...  sou sensível às vozes altas, o que ensejaria uma rubrica, mais específica, que não encontrei naquele repertório: Hipersensível ao ruído de vozes altas... aquelas que frequentemente ouvimos em lugares públicos e que se sobressaem a todas as outras, incomodando a todos em volta e que, mesmo eu sabendo que existem justificativas plausíveis para tal comportamento, provocam em mim o desejo, nunca atendido, de solicitar à pessoa, o mais educadamente possível: - Por gentileza, você poderia gritar mais baixo?  

 P.S. – Importante salientar que a repertorização com rubricas de um único sinal ou sintoma não é bastante para uma prescrição homeopática adequada, a qual exige uma avaliação ampla e detalhada do nosso paciente, com identificação de pelo menos três rubricas, de sinais e/ou sintomas distintos e, preferencialmente, mais especificas e individualizantes.

Outro ponto a destacar é que uma prescrição homeopática adequada pode auxiliar também aqueles que, por diversos motivos, falam muito alto.

 (1)-A luta para preservar “o som mais ameaçado do mundo”.

https://www.bbc.com/portuguese/vert-tra-58425134

02/11/2024

''O BOM FILHO À CASA TORNA''

Ditado popular que se refere à volta, ao lugar de origem, daquele que estava distante, porém  não tem nenhuma relação com filiação ou bondade daquele que volta; pode ser dito p/ex daquele que, por diversos motivos, se afastou do trabalho por um tempo e então retorna. 

Dizem alguns que tem origem bíblica, que está em Lucas 15:11–32, na parábola "A volta do filho pródigo", onde pródigo tem o sentido de perdulário por ter ele esbanjado a herança dada pelo pai e, também aqui, não tem relação com bondade, mas com o merecimento de uma segunda chance para aquele que se arrepende dos erros cometidos e volta ao “bom caminho”. 

Eu, particularmente, não sei com certeza, qual a origem do ditado, me lembrei dele porque, após quatro anos, estamos de volta à Rua Felisberto Carrejo 228, no bairro Fundinho, nosso local de origem e, de fato, me sinto voltando para casa. 


Os telefones de contato continuam os mesmos: 
34 3234 3243 Fixo. 
34 99963 9537 Celular e WhatsApp.

02/05/2021

Deprimida(o) ou definhando?

Atribuem a Thomas Edison a frase  “O sucesso é constituído por 10% de inspiração e 90% de transpiração.” Considerando “sucesso” como o bom resultado de qualquer empreendimento, inclusive escrever uma postagem para um blog, eu concordo com o enunciado, mas não com as proporções, pois no meu caso a porção inspiração tem que ser bem maior, senão não produzo nada ou não produzo algo que me agrade. Mas tenho que admitir que conheço pessoas, bem poucas na verdade, que mesmo sem inspiração, após algum tempo de transpiração, apresentam algo bastante aceitável e, às vezes, até elogiável... Será que a inspiração viria com o suor?

Hoje pela manhã, observando a satisfação e habilidade com que uma jovem, estudante de Biomedicina, estagiária em um Laboratório de análises, colhia, de algumas pessoas, material para exames, me veio a inspiração através da lembrança de um artigo que li alguns dias atrás e que aborda, entre outras coisas, essa atitude positiva que percebi naquela jovem.

No referido artigo, publicado pelo O Globo em 21 de abril do corrente ano, o psicólogo americano Adam Grant, nomeia como “definhando” o estado emocional no qual as pessoas estão entrando durante esta pandemia de Covid. Desesperança, falta de interesse e de ânimo, não chega a ser depressão mas está distante de ser um estado saudável de humor e pode ser o prenúncio de depressão.

Novos projetos, vivências prazerosas e relações significativas são exemplos do que poderia nos auxiliar a não entrarmos em processo de definhamento; mas segundo Grant é preciso mais que isso, é necessário que consigamos estabelecer “o fluxo” de estado mental focado – Um conceito criado por outro psicólogo, o croata Mihaly Csikszentmihalyi.  Mas, ainda de acordo com Grant, o grande empecilho para atingirmos “o fluxo” seria a atenção fragmentada, que nos empurra, muito rapidamente, de um interesse a outro e a uma quase incapacidade de concentração e foco.

Nesses momentos em que se sentem “meio perdidos”, além do uso da Homeopatia, costumo orientar meus pacientes a seguirem a máxima contida no dito popular: “Primeiro a obrigação, depois a devoção”.

E completo, se sobrar tempo, a diversão. Entendendo como “obrigação” –o cuidar de si, de seu ambiente e de suas tarefas; como “devoção” –a religiosa, a meditação, o Yoga e qualquer outra atividade que os possa serenar e, como “diversão”, estando isolados em casa –videochamadas com amigos, cantar e dançar, um bom filme e/ou uma boa leitura, evitando os noticiários e as redes sociais quando possível.

E agora, ao concluir, percebo que esta postagem, por não ter quase nada de original, foi mais fruto de transpiração do que de inspiração... Thomas Edison estava certo?!

05/04/2021

“Altos fins da existência.”

Recebi a incumbência de escrever sobre o que representa, para mim, a Homeopatia; refreei meu impulso inicial de lançar mão de explicações teóricas que definiriam esta especialidade médica e recorro à filosofia para cumprir a tarefa.

Hahnemann escreveu no Organon - Livro mestre de sua admirável obra - que o Homem em equilíbrio pode alcançar "os altos fins da existência", e que a Homeopatia pode colaborar nesse processo.

Mas quais são os altos fins da existência? Hahnemann não os especificou.

Imagino que cada pessoa, dependendo de suas crenças pode, assim como eu, ter uma resposta particular para esta pergunta.

Acredito, evolucionista que sou, que o Homem tem três objetivos/obrigações que, cumpridos, o fariam atingir aqueles altos fins:

- Permanecer vivo. ( O óbvio ululante, como diria Nelson Rodrigues).

- Colaborar com a sobrevivência da espécie.

- Colaborar com a evolução da espécie.

Discorrer sobre cada um destes propósitos daria, no mínimo, uma postagem, mas vou ficar com o fato de que o exercício da Medicina, mormente da Homeopática, pode ser, para o praticante, caminho para atingir referidos objetivos, desde que a empatia seja bússola neste caminhar. E nossos pacientes, cada um à sua maneira, podem trilhar caminho semelhante desde que a empatia também seja companheira na jornada, já que, parafraseando Paul Bloom  - Somos todos capazes de ver e de perceber o que os outros sentem, mas parece que nos condicionamos a ficar impassíveis.

02/04/2021

HOMEOPATIA/ANSIEDADE/DEPRESSÃO.

Recebi em um grupo médico e, como esses distúrbios estão aumentando em tempos de pandemia, achei pertinente reproduzir, integralmente, aqui:

Estudo observacional realizado na França, que acompanhou por 1 ano pacientes com diagnóstico de Ansiedade e Depressão, teve como objetivo comparar o uso de drogas psicotrópicas (ansiolíticos, sedativos, hipnóticos e antidepressivos) e a melhora clínica nos pacientes que tiveram cuidado exclusivo com medicamentos alopáticos e aqueles que foram cuidados com Homeopatia.

Os resultados foram:
Tendência para melhora teve evolução mais rápida no grupo que recebeu exclusivamente Homeopatia nos três primeiros meses. E maior taxa de melhora para o tratamento misto, em doze meses.
As taxas de melhora clínica permaneceram as mais baixas no grupo que recebeu tratamento convencional alopático exclusivo durante todo o seguimento.

Embora revisões e diretrizes sistemáticas reconheçam a eficácia de medicamentos antidepressivos e psicotrópicos, a grande variação na abordagem diagnóstica desses pacientes é parcialmente responsável pela utilização não ideal desses medicamentos, particularmente em casos leves e moderados.

Esses resultados mostram pela primeira vez que os pacientes que escolheram tratar-se com Homeopatia diferem substancialmente de outros pacientes.

Fonte: Homeopathic medical practice for anxiety and depression in primary care: the EPI3 cohort study - PubMed (nih.gov)

Quer saber mais sobre a Homeopatia Clássica Sistêmica? #vempraAbrah

📨 abrah@abrah.org.br
📲 11 3277 1482

#abrah #homeopatia #medicina #medicinahomeopática #veterináriahomeopática #odontologiahomeopática #odontologia #medicinabaseadaemevidência #ansiedade #transtornodeansiedade


23/02/2019

OS IMPREVIDENTES.

Sob  o  título:   Nós,  os   imprevidentes;  O  Boletim  de  atualização  da  revista eletrônica EcoDebate,  em  sua  edição  3151 de  18  de  fevereiro  do corrente ano publicou o seguinte artigo de Montserrat Martins*.

“Culpar 2019 não vale, porque todas vidas perdidas nesse início de ano tem algo em comum: a imprevidência. Não são fatalidades, são tragédias anunciadas, que deveriam ter sido prevenidas. Temos algo a mudar, com todas essas perdas, temos de reconhecer e rever nossos hábitos, nossa cultura, o espírito do “não vai dar nada”.
Ao contrário do que dizemos de nós mesmos, os brasileiros tem muitas qualidades, não é o caso de carimbar a auto-desvalia nacional. Mas nosso maior defeito, sem dúvida nenhuma, é a imprevidência, a desorganização, a falta de planejamento. Não gostamos de ler nem manual do automóvel (quem aí lê?).
Quem busca a felicidade individual deve começar pelo autoconhecimento, para o qual uma terapia pode ajudar muito. Nossa felicidade coletiva, como sociedade, também requer começar pelo reconhecimento de nossas características básicas, virtudes e defeitos, pontos fortes e fracos.
Somos criativos, plurais, flexíveis, adaptáveis, fazemos muito com pouco, somos misturados, somos comunicativos e emotivos, somos sobreviventes que aproveitamos cada dia, somos “resilientes” como está na moda dizer. Não somos organizados, disciplinados, não somos previdentes, não planejamos o futuro.
Muitos já se dedicaram a estudar o brasileiro, a história da formação do nosso povo, de Gilberto Freyre a Darcy Ribeiro, que escreveram alguns clássicos da sociologia pátria. Nenhum foi tão preciso como Sérgio Buarque de Hollanda, que apontou claramente nossa herança cultural da península ibérica, de povos que preferem a aventura e o risco ao progresso metódico e disciplinado.
Em toda a história da nação lusa, ela nunca fez tanto sucesso quanto na era épica das navegações e descobrimentos, uma atividade basicamente aventureira, de grandes emoções. Nunca o trabalho metódico tal como os ingleses, ou os germânicos, de progresso através do trabalho paciente, de acumulação progressiva de patrimônio através do esforço cotidiano e disciplinado. Isso não é com a gente, nos identificamos com o estilo de vida do filme “Fique rico ou morra tentando” (Get rich or die trying), da história de vida do rapper “50 Cent”.
Os donos da Vale querem enriquecer cada vez mais, os governadores do Rio de Janeiro também, os dirigentes dos clubes, os donos de aeronaves comerciais, todos querem o caminho mais fácil, mais rápido, sem grandes cautelas. Nossa cultura aceita isso, só nos chocamos quando dá errado.
Somos reativos às perdas, apesar de não as prevenirmos, unidos na dor, somos sensíveis e solidários, depois do ocorrido. Poderia ser com a gente. Enquanto isso vamos vivendo no improviso, como se nunca fosse acontecer conosco.
A dor recorrente das perdas será capaz de nos modificar?”

Não sou adepto da teoria “oito ou oitenta”; não acho que devamos nos comportar como ingleses, alemães ou qualquer outro povo, temos mesmo características peculiares que devem ser preservadas; fazem parte de nossa identidade; mesmo porque uma vida "formatada" também tem lá seus senões; mas bem que podíamos, como sociedade, incorporar um pouco de compromisso e seriedade ao nosso "Modus Operandi", com certeza teríamos muito a ganhar... Muitos de nós fizeram e fazem isso e o sentimento de bem estar decorrente é significativo e, além do que, saúde também tem a ver com comportamento.

*Montserrat Martins, Colunista do EcoDebate, é Psiquiatra, autor de “Em busca da alma do Brasil”.

28/07/2018

Dietas e Cérebro.

Segundo o artigo abaixo, que publico em parte, a massa cinzenta cerebral pode ser responsável pela dificuldade que algumas pessoas apresentam em seguir dietas; mas, ao contrario do que pode parecer inicialmente, essa pode não ser uma má notícia ou uma boa desculpa para os mais pesadinhos, pois como já foi colocado em outras postagens, e também de acordo com os cientistas referidos  neste artigo, não estamos submetidos à filosofia da Gabriela de Jorge Amado – “Eu nasci assim vou ser sempre assim”.
“Se você tem mais dificuldades em seguir uma dieta saudável do que outras pessoas, o problema pode ser mais profundo do que você acredita. Um estudo publicado no Journal of Neuroscience revelou que diferenças em como o cérebro é estruturado pode afetar a habilidade de seguir uma alimentação saudável e menos calórica.
Pesquisadores da universidade francesa Sorbonne e da americana California Institute of Technology descobriram que pessoas com mais massa cinzenta em duas regiões no córtex pré-frontal do cérebro tendem a ter mais autocontrolena hora de escolher alimentos saudáveis.
A massa cinzenta contém o corpo celular do neurônio e é uma camada do cérebro responsável pelo processamento e raciocínio das informações recebidas. Agora, cientistas acreditam que a matéria cinzenta pode ser uma potencial indicador do "autocontrole" de uma pessoa. Ela pode mostrar, por exemplo, a tendência de uma pessoa seguir ou desistir de uma dieta.
Seguindo este raciocínio, quando maiores forem as duas áreas frontais do cérebro, maior a possibilidade de escolher alimentos saudáveis. Por outro lado, quanto menores forem, mais provável seria a escolha de alimentos calóricos.
A pesquisa é importante porque, até então, se acreditava que a redução do peso por dieta era só sobre controle e dedicação, independente da pessoa.
Isso não quer dizer, no entanto, que não é possível reverter a situação. "O cérebro é extremamente plástico, então sua estrutura cerebral pode mudar com o tempo", disse a pesquisadora Hilke Plassmann. "Eu não quero que as pessoas se sabotem com o pensamento 'eu apenas não sou bom em me controlar, eu não posso mudar isso'", disse ao Live Science.
Diversos estudos mostram que há diversas maneiras de colocar a nossa massa cinzenta para trabalhar, com exercícios para a mente, como leitura, jogos de raciocínio e até exercícios físicos regulares.”
Leia na íntegra em  https://www.huffpostbrasil.com/2018/07/26/dificuldade-em-seguir-uma-dieta-sua-massa-cinzenta-pode-ser-a-culpada_a_23490079/